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“Mais de 95% dos nossos alunos estão empregados na área”

20 de Agosto, 2018

Miguel Varela afirma que o Instituto Superior de Gestão conseguiu melhorar substancialmente a sua presença no ranking da empregabilidade, uma herança já longa de uma instituição de ensino que tem meio século de existência.

O mundo está em permanente e acelerada mudança. O ISG | Business & Economics School acompanha esse ritmo há mais de três décadas, tentando interpretar a mudança e adaptando-se constantemente. Com uma oferta focalizada no domínio das ciências económicas e empresariais ao nível do primeiro e segundo ciclos (licenciaturas e mestrados), o ISG tem procurado manter como valores a exigência pedagógica e o rigor científico na transmissão de conhecimento, e sua aplicabilidade no mercado de trabalho.

Falámos com Miguel Varela, diretor e presidente do conselho científico do ISG, sobre os oito anos que está à frente desta instituição, da oferta formativa e do seu papel dinamizador na formação de quadros aptos para serem competitivos a nível nacional e internacional.

O professor é diretor e presidente do Conselho Científico do ISG desde 2010. Que balanço faz destes oito anos?
Têm sido anos muito enriquecedores. O ISG passou por muitas transformações nestes últimos oito anos, quer a nível científico e pedagógico, quer até a nível de infraestruturas e tem sido, de facto, um trabalho com resultados visíveis em termos de empregabilidade dos nossos alunos. O ISG conseguiu melhorar substancialmente a sua presença no ranking da empregabilidade, portanto temos mais de 95% dos nossos alunos empregados na área. É um indicador oficial, que consta nas informações do Ministério da Ciência e do Ensino Superior e do Instituto do Emprego e Formação Profissionais.

É com muito orgulho que chegamos agora, passados oito anos, a estes valores e referência que provam exatamente a qualidade do ensino que administramos aqui no ISG. Esta é também uma herança já longa e faz parte de uma instituição de ensino que tem meio século de existência. O ISG tem mais de 40 anos e os resultados têm provado a nossa boa prestação no mercado do Ensino Superior em Portugal.

Além de bons técnicos na área da gestão e da economia, queremos também produzir bons cidadão.

O que tem contribuído para o sucesso do ISG?
A qualidade pedagógica do nosso corpo docente. Temos um modelo pedagógico muito centrado no aluno. A realidade do mundo empresarial e económico mudou muito, especialmente nos últimos 20 anos e, de facto, aquilo que tem mais importância para nós é a pessoa em si, mais do que o curriculum. Queremos desenvolver competências, mas também bons cidadãos. Além de bons técnicos na área da gestão e da economia, queremos também produzir bons cidadãos. No nosso corpo docente temos um misto de académicos com um misto de pessoas que estão no mercado, na administração e na direção de empresas que transmitem também o saber fazer, além do saber pensar.

No ISG encontramos um ambiente muito multicultural. De que forma é que este ambiente se reflete na vossa oferta formativa?
Tradicionalmente os nossos cursos sempre foram lecionados em português, porque a maior parte dos nossos alunos eram portugueses. Neste momento, já temos uma percentagem muito grande de alunos internacionais. Cerca de 30% não são de nacionalidade portuguesa. O ISG é uma casa com cerca de 650 alunos distribuídos, entre licenciaturas e mestrados, e foi um valor que nunca se alterou muito e nem se pode alterar porque as nossas vagas são atribuídas também pela Direção Geral do Ensino Superior. 80% são alunos internacionais – muitos deles ao abrigo do programa Erasmus.

Temos muitos alunos que vêm da Bélgica, Polónia, Hungria, Espanha e temos muitos alunos do ISG que também vão fazer um semestre ou um ano a outros países. Hoje em dia temos protocolos com os Estados Unidos, com a Universidade de Berkeley, por exemplo.Trazemos alunos de lá para estudarem no ISG e também temos alunos de cá que vão estudar para aos Estados Unidos um semestre para finalizarem as licenciaturas. Este intercâmbio é importante porque hoje só se pode entender o mundo como um mundo global. Isso começa aqui nos bancos da escola, não começa no mercado laboral.

O dia a dia das empresas é muito mais dinâmico e tentamos sempre incorporar essas novas tendências nos nossos currículos. Temos uma oferta formativa com quatro licenciaturas e quatro mestrados e temos também um conjunto de 16 pós-graduações…

O que tem sido determinante na oferta formativa do ISG?
Os planos curriculares são delineados com base na evolução daquilo que são as necessidades do mercado de trabalho. O mundo muda a um ritmo perfeitamente avassalador e vamos incorporando as mudanças que se vão dando nos nossos currículos, especialmente do curso de Gestão. O dia a dia das empresas é muito mais dinâmico e tentamos sempre incorporar essas novas tendências nos nossos currículos. Temos uma oferta formativa com quatro licenciaturas e quatro mestrados, e temos também um conjunto de 16 pós-graduações, mais específicas, que não conferem grau académico como a licenciatura e o mestrado, mas são formações específicas, por exemplo, na área da administração hospitalar, na área da gestão desportiva, na área da logística e dos transportes, outras mais específicas, mais profissionalizantes, mais de saber fazer do que saber pensar. É esta riqueza multidisciplinar que temos que tem contribuído para o sucesso deste Instituto.

O ISG tem vindo a reformular a sua oferta formativa na área de formação de executivos. Porquê esta necessidade?
Sim, também fazemos muito oferta à medida. Para dar um exemplo, dentro da formação de executivos, fazemos formação à medida para determinadas Instituições. Fizemos ainda há pouco tempo para a Segurança Social, um daqueles cursos necessários para a progressão dentro da função pública. Para assumirem lugares de chefia, as pessoas têm de fazer esses cursos e o ISG formata esses cursos à medida em termos de duração. Ministramos até nas instalações das próprias instituições. Vamos agora desenvolver também mais um curso para a Santa Casa da Misericórdia, dentro da gestão geral. Portanto, a formação de executivos assenta mais na formação que é dada dentro das empresas, do que propriamente aqui nas instalações do Instituto.

É muito difícil substituir um professor por um computador, por um link ou por um e-mail.

As escolas de negócios estão cada vez mais digitais. É uma necessidade a que o ISG está atento?
Sim, estão cada vez mais digitais. Ainda tenho uma visão mais tradicional do ensino, acho que não há nada que substitua a relação humana dentro de uma sala de aula. É muito difícil substituir um professor por um computador, por um link ou por um e-mail. No ISG temos um apoio digital muito grande na formação presencial, portanto, temos plataformas que funcionam permanentemente, onde os alunos podem ir buscar conteúdos, programas das cadeiras, temos até avaliações que eventualmente podem funcionar nessas plataformas.

Os alunos também têm acesso às suas notas em plataformas, podem fazer a sua candidatura, as suas inscrições em exames, mas nada disto, penso eu, está suficientemente desenvolvido, nem pode substituir um professor em sala de aula. Ao nível dos sistemas que existem, hoje em dia, de e-learning ou de b-learning, a agência de acreditação do Ensino Superior ainda não nos permite atribuir cursos ou grau de licenciado ou de mestrado à distância. Parece-me que ainda estamos um pouco longe dessa meta.

Qual a oferta formativa que tem mais procura?
Aquilo que tem vindo a ter mais procura são as formações de banda larga, nomeadamente ao nível de licenciatura. É o nosso produto premium. Preenchemos sempre as vagas, deixamos infelizmente alguns alunos de fora porque não os podemos ter todos aqui. Dos jovens entre os 17 e os 20 anos que entram no primeiro ano da universidade, aquilo que mais procuram é o curso de Gestão porque permite ter ferramentas que abrem perfeitamente um leque para outras especialidades no futuro, dentro da área das finanças, na área dos recursos humanos, do marketing, dentro da estratégias, das operações.

Não sei se há faculdades a mais, se há faculdades a menos, sei que estão mal-organizadas em termos de rede.

Há faculdades a mais no país?
Há uma deficiente organização do sistema de Ensino Superior, em Portugal. Não sei se há faculdades a mais, sei que estão mal-organizadas em termos de rede. Temos um sistema muito complexo em Portugal, é um sistema dual do Ensino Superior Universitário e Ensino Superior Politécnico. Quando foi atribuída esta autorização, já nos anos 90, aos politécnicos para poderem conceder o grau de licenciado, havia essa distinção na altura, que as universidades conseguiam conceder os graus de licenciado, de mestre e de doutor e os politécnicos apenas o de bacharelato. Depois foi permitido aos politécnicos também atribuírem o grau de licenciado, agora também de mestre e, pelos vistos, também de doutoramento num futuro muito próximo.

Na realidade, os politécnicos quando foram criados tinham um objetivo muito concreto: apresentar uma oferta formativa adaptada às necessidades regionais da sua implementação. Nada disso aconteceu. Os politécnicos têm cursos iguais aos das universidades, muitas vezes, isto causa uma grande confusão ao nível dos alunos, ao nível do corpo docente, das carreiras. O ensino politécnico tem designações diferentes, com algumas equiparações, portanto, tudo isto vem confundir o sistema.

A relação entre os mundos académico e empresarial vai no bom caminho ou ainda há um longo caminho a percorrer?
Tem vindo a melhorar. A academia vivia na sua nuvem e, muitas vezes, fora daquilo que era a realidade. Há muitos profissionais da área com doutoramentos e também há muitas pessoas que são da área que estão a dar aulas nas universidades e outras que estão a gerir empresas. Cada vez há mais opinião, há mais intervenção das universidades junto da sociedade e vice-versa, portanto, penso que estamos a ir no bom caminho com essa proximidade. Na minha especialidade, nas ciências económicas e empresariais, há uma grande proximidade. Talvez noutras áreas seja mais difícil de atravessar essa ponte.

Admito que falte uma certa componente prática, uma componente da realidade, de choque frontal com aquilo que é o mercado, mas não tenho dúvidas que quanto mais formação tem a pessoa, maior será a capacidade de adaptação e de absorção desses choques

Mais formação é sinónimo de profissionalismo?
Será certamente sinónimo de mais capacidade de adaptação. Cada vez os jovens são mais novos quando tiram o seu grau. Temos licenciados com 21 anos. Antigamente, com cinco anos era impossível chegar a essa meta. Temos mestres com 23 anos, antigamente só com 25 ou 27 é que se conseguia chegar lá e temos já pessoas doutoradas com menos de 70 anos que há uns anos atrás era complicado.

Admito que falte uma certa componente prática, uma componente da realidade, de choque frontal com aquilo que é o mercado, mas não tenho dúvidas que quanto mais formação tem a pessoa, maior será a sua capacidade de adaptação e de absorção desses choques. Qualquer pessoa que tire um curso de banda larga tem muito mais capacidade de adaptação dentro de uma empresa ao fim de um mês/dois meses e de perceber a realidade de uma empresa do que uma pessoa que não tenha essa formação.

Como vê o futuro da educação em Portugal?
Sou sempre um otimista. Tenho receio que existam universidades a mais. O caminho pode passar até por fusões de algumas universidades como, aliás, já aconteceu aqui na Universidade de Lisboa que, neste momento, é um conjunto entre a Clássica e a Universidade Técnica. Acho que a dimensão traz força, acho que o caminho pode passar por aí, não só ao nível público, mas também ao nível privado porque o mundo ocidental, a Europa, e especialmente também nos países do sul, a taxa de natalidade dos últimos 20 anos tem vindo a cair drasticamente.

Há-de chegar a altura em que cada vez haverá menos candidatos ao ensino superior, pelo menos portugueses. O ensino superior tem de se adaptar, tem de se reinventar, adaptar a sua oferta, fazer eventualmente junções ou fusões entre várias instituições e terá de haver uma preocupação ao nível regional e de desenvolvimento territorial.

Temos uma Europa cheia de problemas, não consegue haver uma cultura de cidadania europeia.

Lançou este ano o livro Gestão, Economia e Ensino Superior. Entre 2007 e 2017. Quais as mensagens-chave desta obra?
É um livro que retrata um bocadinho a década de 2007 – 2017. Não é propriamente um livro que seja uma obra sobre a década em especial, mas é uma coletânea de artigos publicados por mim durante esse período e que versa exatamente as temáticas da gestão, da economia e também do ensino superior. Foi uma década muito rica, implementou-se Bolonha em Portugal. Este livro trata assuntos que tinham a ver, na altura, com os vários orçamentos de Estado, com questões políticas, questões também de natalidade, de ensino superior, de privatizações, de gestão, falámos inclusive na polémica da privatização da TAP.

Nesta altura, vimos crescer determinados movimentos sociais que julgávamos extintos, alguns extremismos como resultado da falta de resposta que as nossas ideologias em instituições profissionais têm aos problemas que existem atualmente. Temos uma Europa cheia de problemas, não consegue haver uma cultura de cidadania europeia. Criou-se o euro e a partir daí o projeto europeu congelou. Existem políticas orçamentais que são ainda completamente independentes em cada Estado Membro, o que condiciona a existência de uma moeda. Todas estas questões são abordadas nesta obra.

Artigo publicado a 20/08/2018 no Link to Leaders

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