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Desde a consolidação do processo de Bolonha em Portugal, no sentido das primeiras gerações de licenciados neste sistema, em 2006, que se tem assistido a uma cada vez maior vulgarização dos graus de licenciatura apesar do país continuar com uma taxa ainda baixa de percentagem da população com qualificações a nível do ensino superior concluído. Em 2011 obtiveram formação superior em Portugal, em todos os subsistemas, mais de 78785 indivíduos para cerca de 18671, em 1991. De destacar que desses 78785, mais de 22000 são relativos a cursos de mestrado concluídos, ou seja quase 30% e se compararmos com os 297 mestres em 1991, representavam apenas 15% dos indivíduos que concluíam formação superior.

 

Isto significa que a procura por formação superior tem crescido exponencialmente nos últimos 20 anos, mas com especial incidência em qualificação de 2º e 3º ciclos (mestrados e doutoramentos). Em 2012,existiam 1.3 milhões de indivíduos com formação superior, o que representa cerca de 14,5% da população adulta. Apesar de ser um valor ainda baixo, trata-se da percentagem de qualificações mais elevada que Portugal já atingiu.

A população universitária a nível do primeiro ciclo, já de há muito, é maioritariamente feminina, mas só desde 2008 a mesma realidade se aplica como tendência no terceiro ciclo (doutoramentos), como demonstra o gráfico seguinte:

Também os doutoramentos atingiram, em 2010, o número mais elevado de sempre com um registo de 1666 doutoramentos concluídos. Em termos globais o número de doutoramentos em Portugal, situa-se em 15,8 por cada 100 mil habitantes, o dobro de há dez anos. Dos doutoramentos realizados no estrangeiro e registados em Portugal, é de sublinhar o crescimento destacado dos doutoramentos realizados em Espanha.

 

As áreas de investigação dos doutoramentos destacam-se as ciências sociais e humanidades e as ciências exatas e naturais.

 

Curiosamente, desta análise, podemos concluir que nunca coexistiu uma taxa de qualificações tão alta com uma taxa de desemprego igualmente recorde, resultado da conjuntura que Portugal e a Europa atravessam, que nada tem a ver com os índices de qualificações da população, mas sim com o desajustamento estrutural dos sistemas que da sociedade industrial que as nossas instituições insistem em perpetuar.

Miguel Varela | Director do ISG – Economics and Business School

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