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«O conhecimento aprofundado dos custos de uma empresa contribui na generalidade para manter a sua sustentabilidade no mercado, maximizar os resultados da empresa, melhorar de forma continua a gestão e ainda para uma boa performance em termos de competitividade.

Contudo, quando se equaciona a problemática dos custos numa empresa de transportes, há, em particular, dois aspetos a considerar que merecem reflexão. 

 

Quem, dentro da empresa, deve tratar a problemática dos custos

Ainda que tradicionalmente o problema dos custos numa empresa esteja sediada preferencialmente na árerea financeira é indispensável que a sua análise e inserção na gestão deva integrar uma perspetiva multidisciplinar.

Essa perspetiva multidisciplinar obriga ao envolvimento profundo das áreas comercial e operativa, pois se por um lado o mercado indica a amplitude de uma política do preço a praticar e consequentemente dos custos que lhe estão associados, por outro só um bom conhecimento da actividade operativa indica a flexibilidade de resposta às necessidades dos clientes de modo a que a margem operativa dê sustentabilidade à empresa.

Em suma, ainda que a montante se tenha os valores unitários identificados pela área financeira, deverá haver de facto uma triangulação chave entre “Cliente”, ” Agente Comercial/vendedor” e “Agente Operador/produção” que potencia a maximização do binómio custos /preço na dupla perspetival cliente/ fornecedor. 

 

Características específicas dos custos de produção nas empresas de transporte

A produção nas empresas de transportes apresenta características específicas, designadamente a de uma produção conjunta, um desequilíbrio de fluxos, e um nível de custos fixos não despicientes. Estas particularidades dão lugar a uma indispensável utilização de toda a capacidade operativa de modo a levar ao máximo a rotação dos meios operativos. Este enquadramento obriga a que em muitas situações, desde que haja mercado, a margem do negócio só será maximizada pelo aumento seletivo da oferta, muitas das vezes trabalhando a partir dos custos adicionais e consequentemente da chamada margem de contribuição.

O aumento seletivo da oferta desmitifica o conceito tradicional de racionalização de custos que na maioria dos casos se identifica com redução de custos. Muitas das vezes, nas empresas de transporte, a racionalização dos custos passa pelo seu aumento desde que o acréscimo de proveitos resultado da resposta da procura seja superior ao aumento de custos mencionado.»

 

 

Artigo publicado em Cargo Edições, no dia 12/04/2017

Maria Otília Queiroz de Sousa, Docente da Pós-Graduação em Logística e Gestão das Operações do ISG – Instituto Superior de Gestão

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