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Orçamento do Estado para 2018 irá ser o próximo tema “quente” da política nacional. No entanto, como habitualmente, as expetativas são muito baixas quanto a novidades estruturais.

O Orçamento de Estado deveria ser um instrumento financeiro estratégico que fosse o reflexo de um plano, ou de uma ideia sustentável, para o País. Em Portugal, infelizmente, o OE não é mais do que um documento de “gestão do sistema”.

No campo da gestão estratégica, deveria existir um posicionamento competitivo para Portugal. As Grandes Opções do Plano, a Visão, a Missão, os Valores ou criação de valor através dos diversos setores e ramos de atividade deveriam ser traduzidas no Orçamento. Mas, esta geração de governantes do “politicamente correto” fogem do compromisso e temem o seu próprio vazio intelectual e a sua falta de sentido de Estado.

As despesas vão continuar a ser superiores às receitas, e o défice, maior ou menor, irá sempre aumentar a dívida pública, sem procura de soluções estruturais.

Enquanto que a esquerda se entretém com ideias banais de criação de escalões intermédios de IRS e outras formas indiretas de explorar os cidadãos por força da Lei, nada é pensado em função da lógica das despesas do Estado.

Os juros baixaram, é certo, mas como podemos estar felizes, com o Governo, com o crescente e contínuo aumento da dívida? De acordo com o boletim estatístico de agosto publicado pelo Banco de Portugal, a dívida das administrações públicas, subiu outra vez, agora para os 249.084 milhões de euros.

O Governo gasta, por dia, só em juros, praticamente tanto como gastamos em Portugal com a saúde, ou seja mais de 20 milhões de euros…

O compromisso do Governo patente no Programa de Estabilidade deste ano, seria a redução da Dívida para 127,9% do PIB (no final de 2016 era de 130,2%), mas a verdade é que já ultrapassa os 132,4% e não mostra sinais de abrandar.

Dos agentes económicos (Estado, família e empresas), o pior exemplo vem do Governo. Gastar mais do que o que se produz e sobretudo, quando não produz, mas se apropria da produção dos rendimentos do trabalho e do capital, das famílias e das empresas, por força da Lei. Não existe “dinheiro público”, existe sim dinheiro dos contribuintes – que devem ser soberanos – e este sim deve ser aplicado no “bem comum”.

A Europa e Portugal precisam de Governantes dignos desse mesmo nome. Homens e mulheres de visão, com capacidade de gestão e corajosos para tomar decisões fora do politicamente correto e preparados para as novas realidades socio-económicas do novo milénio. Os problemas atuais da modernidade, não são passíveis de soluções e ideologias da sociedade industrial.

 

Director do ISG – Business& Economics School

Artigo publicado no Jornal de Negócios a 24/08/2017 

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