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A aviação comercial, isto é, a aviação regular paga, operada por companhias aéreas, sempre viveu em turbulência.
Nos últimos seis anos, os resultados positivos em ascensão, foram, em 2016, de 34.8 mil milhões de dólares de receita, numa facturação de 705 mil milhões de dólares, para transporte 3.8 mil milhões de passageiros.
Durante o corrente ano, registou-se, só na Europa, o colapso da Monarch, Air Berlim e Alitalia.

Uma forte ‘tempestade’ afecta a Norwegian Air Internacional (NIE) e a Ryanair, (12ª companhia mundial e 4ª Europeia).
O proteccionismo estatal na Europa, durante cerca de 50 anos, evitou desastrosos desfechos na aviação, mercado de ‘glamour e prestígio’, ocorridos noutras Regiões, mas servindo um reduzido número de passageiros, devido aos elevados preços. Os prejuízos eram pagos pelo Estado, ou melhor, pelos contribuintes.

Warren Buffet fez a seguinte observação: «se o voo inicial dos irmãos Wright tivesse caído, o futuro dos investidores nas companhias de aviação teria sido muito melhor».
A indústria da aviação veio a sobreviver e introduziu o paradigma económico-liberal, numa abertura de horizontes.
As companhias de aviação, no ‘credo dos mercados’, passaram a correr riscos financeiros, de concorrência e defrontam o dilema: a obtenção de lucros, pelo menos comparável às outras indústrias, versus preços baixos, exigidos pelo mercado, num clima de forte concorrência.

Ao expandir-se às massas, diversificou-se o mercado de uma forma cada vez mais segmentado, exigindo mais dos modelos de transporte aéreo. As companhias de baixos custos, (LCC), ‘no frills‘, um transporte apenas de acordo com condições exigidas pela segurança, operaram uma ‘revolução’, por volta dos anos 2000.
Em 2008, refeitos os danos causados pelo 9/11 de 2001, voltou-se ‘à normalidade’, sinónimo de ‘uma vigilância constante’ e agravamento de tempos e custos.

Os LCC, modelos minimalistas, como a Ryanair, ou híbridos, como Easyjet, de estrutura horizontal, adaptaram-se facilmente a eventuais mudanças ou funções requeridas. Segundo os seus parâmetros, cumprem escrupulosamente horários e a entrega das bagagens é feita atempadamente.
As companhias tradicionais, de serviço completo, não comportam mudanças rápidas de planeamento, dado o sistema burocrático, vertical. O pessoal é inflexível em horários e funções, condições agravadas pelo ‘direitos adquiridos pelo pessoal’.

A falta de mobilidade é, de certo modo, compensada pelo recurso às tecnologias, como o CRM, (Customer Relationship Management), que permite ‘adivinhar’, podendo alterar-se uma escolha, sem custos, em tempo real, de acordo com as expectativas do cliente.

Nesta resenha apenas nos referimos a alguns aspectos relevantes sobre tipos de companhias de aviação sem nos termos referido à sua sustentabilidade económica.
As causas das perturbações na aviação comercial e as provocadas pelo Brexit, o impacto da legislação Norte-americana, a concorrência chinesa e o progresso asiático, a adaptação das companhias tradicionais aos novos tempos, são pontos que pretendo tratar noutros artigos.

 

Luiz S. Marques, Docente convidado do ISG – Revista Cargo

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