Historicamente, o estudo da liderança foi baseado na hierarquia, nomeadamente na relação entre os líderes e os seus seguidores e o seu estilo de controlo, mas a complexidade do ambiente de negócios exige, cada vez mais, uma liderança partilhada.
A liderança é incorporada num tempo e contexto específico e deve ser continuamente reinventada e atualizada, pois inclui as pessoas, a influência, a interação e a mudança. Partindo deste pressuposto, surgiram várias abordagens que tentaram definir a liderança e explicar o que torna um líder eficaz. A primeira tentava encontrar traços de personalidade universais, centrando-se nos atributos pessoais, sociais, físicos e intelectuais que diferenciassem os líderes dos não-líderes. No entanto, as pesquisas cumulativas levaram a concluir que alguns traços aumentam a probabilidade de êxito, mas nenhum dos traços garante o sucesso de um líder.
Uma segunda abordagem tentou explicar a liderança em torno do comportamento que a pessoa exibe, acreditando que existiria algo único ou especial na maneira como líderes eficazes se comportavam. Ambas as abordagens foram consideradas inexatas, com base nas suas conceções de liderança erradas e muito simplificadas. Depois surgiram as abordagens situacionais e contingenciais que defendem que a liderança só pode ser reconhecida num contexto. Mais recentemente surgiram as teorias da atribuição de liderança, a liderança transformacional e a liderança transacional que enfatizam as ações do líder e as suas consequências.
Os modelos clássicos tornam-se insuficientes para responder eficazmente aos desafios atuais e as empresas começam a valorizar sistemas de liderança que atraiam, desenvolvam e retenham talentos que atuem como líderes, sendo neste contexto que surge a liderança partilhada.
Este novo paradigma abre um novo caminho para concetualizar a liderança, que deixa de se basear apenas no papel hierárquico do líder e passa a ser mais direcionada para um processo de influência dinâmico e interativo, levado a cabo por um conjunto de indivíduos.
A liderança partilhada envolve a maximização de todos os recursos humanos da organização, de modo a conduzir o grupo para a obtenção das suas metas organizacionais. Deste modo, o foco desloca-se da pessoa que influencia os seguidores para os diversos indivíduos que podem contribuir para o processo global de liderança.
Assim, podemos considerar que a liderança partilhada se apresenta como um tipo de liderança com uma forte componente de desenvolvimento no futuro, uma vez que o “velho chefe” que quer que os outros trabalhem para si está em vias de extinção.