Na última década assistimos a um crescendo da procura e da atividade turística em Portugal, com dimensão e reconhecimento mundial através dos inúmeros prémios conquistados nas últimas edições dos World Travel Awards, obtendo, inclusive, o mais cobiçado na categoria de Melhor Destino City Break do Mundo: Lisboa.
Se recuarmos ao Verão de 2005, aquando do lançamento do Plano Estratégico Nacional do Turismo e recordando os 10 produtos turísticos escolhidos (Gastronomia e Vinho; Touring Cultural e Paisagístico; Saúde e Bem Estar; Turismo de Natureza; Turismo de Negócios e Eventos; Turismo Residencial; City/Short breaks; Golfe; Turismo Náutico; Sol & Mar), percebemos a importância do planeamento, da gestão e da ação concertada entre todos os protagonistas (setor público e privado) face aos resultados alcançados.
As restrições de mobilidade do último ano conduziram a um aumento da percentagem do denominado turismo interno. Destinos detentores de relevante património cultural e natural tornaram-se a opção mais lógica, numa reaproximação do Homem com a história, a cultura, a religião e a natureza.
O regresso da atividade turística em larga escala, que se encontra a ser planeado com estratégias diferenciadoras que visam responder às exigências das autoridades de saúde, dos turistas, das associações e entidades do setor, dos governos e da própria economia mundial, ocorrerá, indubitavelmente, a várias velocidades.
Mais limitados e a readquirir as bases da confiança delapidada pela atual pandemia, acreditamos que os turistas quererão “reencontrar-se” por entre a mística do património cultural e na caraterística harmonia do património natural. Uma procura que encontra respostas na rica e diversificada oferta de destinos históricos, culturais, religiosos e naturais do nosso país.
Agora, mais do que nunca, é decisivo o reforço da sustentabilidade dos territórios e a eficiente gestão da “capacidade de carga” dos destinos turísticos na qualificação da oferta.
Ao mesmo tempo que se prepara “o regresso”, é fundamental repensar o turismo e delinear uma nova estratégia em torno da “Estratégia Turismo 2027”, criando um novo documento que contemple, com clareza, as ações a desenvolver nos domínios da competitividade, da sustentabilidade, da digitalização, da promoção, da sazonalidade e da formação.
O novo plano estratégico deverá identificar as responsabilidades de todos os protagonistas do setor turístico (público e privado), visando “a boa governação”, num novo horizonte que garanta o futuro do “Turismo 21/31 – Uma Nova Estratégia Nacional”.