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Mais de metade dos eleitores não votou nas eleições presidenciais de dia 24 de Janeiro. Em nada tira o mérito à vitória do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, à primeira volta e com outros nove candidatos, mas a grande preocupação é o nível de desinteresse dos eleitores na escolha dos seus representantes, seja na presidência da república, na assembleia da república, no parlamento europeu ou nas autarquias.

As eleições presidenciais são um exercício de democracia por excelência pois qualquer cidadão, maior de 35 anos, se pode apresentar como candidato (recolhendo o número de assinaturas necessário). Assim aconteceu. 

As eleições para a Assembleia da República já não será um processo tão linear pois os eleitores também deviam ser passiveis de ser eleitos em listas independentes e não limitados pela “partidocracia” que impõe aos eleitores a sua própria democracia e os seus interesses.

O afastamento cada vez maior dos eleitores é muito mais notórios nas camadas etárias mais jovens da população, a quem o fenómeno político é muito mais distante do que qualquer jogo da playstation (ou qualquer consola) ou um fim-de-semana com os amigos ou namorada são naturalmente muito mais apelativos do que ficar para votar.

Criticável? Talvez não. A classe política em Portugal vive num mundo à parte, cheia de privilégios que outras classes políticas não têm na Europa. Poucos serão os que se identificam com este sistema que não beneficiem directa ou indirectamente dele. 

Pior ainda é ouvir alguns políticos a criticar as candidaturas populistas, tão legítimas como a dos políticos “profissionais”, procurando a existência de mecanismos legais que limitem esses processos. É tão legítima, em democracia, a candidatura de Vitorino Silva, Cândido Ferreira, Paulo de Morais ou Jorge Sequeira, como qualquer cidadão mudar do CDS para o PS, ou qualquer outra opinião.

Nem a política nem o Estado têm lugares cativos.

Tal como na gestão, para haver envolvimento e militância tem que ser permitida a participação. 

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