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Compromisso, engagement, envolvimento… escolha feliz ou obrigação?

Compromisso, engagement, envolvimento… escolha feliz ou obrigação?

Ao longo da minha vida tenho-me cruzado com verdadeiros exemplos de pessoas comprometidas, com a sua vida profissional, com a sua vida pessoal e sempre me questionei o que está na base deste engagement, o que faz com que, por exemplo, muitas pessoas assumam as suas funções profissionais há mais de 20 anos, como se hoje, fosse o primeiro dia?

O que têm as empresas que influencia tanto a satisfação dos colaboradores e os faz permanecer? Serão os valores? A cultura? O ambiente de trabalho? Quando se escreve, reflete-se e parafraseando Agostinho Silva, “há muito quem confunda tabuada com matemática”.

Compromisso ou comprometimento têm na realidade o mesmo significado embora sejam usados para designar situações diferentes. Do latim compromissum, significa promessa ou obrigação contraída por meio de acordo.

É estabelecida na literatura uma distinção entre um compromisso atitudinal que se foca no processo pelo qual as pessoas pensam na sua relação com a organização e identificação com os seus valores, e o compromisso comportamental, que se foca no processo que leva a pessoa a decidir manter-se na organização. Na realidade, compromisso é muito mais do que uma palavra, compromisso é um ato! Assumindo que o livre arbítrio de que cada um de nós dispõe, também é uma escolha!

Porém, será que essa escolha é uma escolha com verdadeiro significado para quem a faz? Adicionalmente, irá essa opção ao encontro do desejo e motivação de quem a assume? Já diria Gandhi, “um “não” dito com convicção é melhor e mais importante do que um “sim” dito meramente para agradar, ou pior ainda, para evitar complicações”.

O compromisso organizacional é compreendido por Medeiros (2003), Bastos (2005) Pinho (2015) e Rowe (2015) pelo empenho e o envolvimento que o colaborador nutre pela organização e pode verificar-se de várias formas, entre as quais a identificação do colaborador para com os objetivos, missão e valores da empresa, permanência do indivíduo na organização, etc. De facto, o compromisso organizacional indica uma força de vínculo entre um indivíduo e uma organização.

Sabe-se que quanto maior o comprometimento organizacional, maior o sentimento de pertença, identidade e desejo de permanecer numa organização. No que se refere ao seu impacto no desempenho, diversos estudos comprovam a relação direta entre o compromisso e o desempenho dos colaboradores. Aliás, o turnover é inferior em organizações com alto nível de compromisso.

Já é conhecido que, de acordo com o modelo tridimensional de Meyer e Allen (1997), ou seja, a identificação e o envolvimento com a organização (dimensão afetiva), os custos percebidos com a saída da organização (dimensão calculativa) e a obrigação de permanecer na organização (dimensão normativa) é fundamental a monitorização constante dos níveis de comprometimento, principalmente em situações adversas à rotina de trabalho.

Em boa verdade, seja nas organizações públicas, seja nas privadas, estes últimos anos de pandemia, trouxeram a necessidade de desenvolver métodos e técnicas capazes de adaptar o trabalho às mudanças implementadas. A adesão ao trabalho remoto e/ou híbrido foi uma alternativa encontrada com o intuito de atender à necessidade de distanciamento social e de proteção à saúde.

A necessidade de distanciamento social reinventou os espaços organizacionais, a partir da inserção do trabalho remoto e/ou híbrido nos serviços considerados não essenciais. Novas ferramentas de tecnologia da informação foram amplamente incorporadas às performances profissionais, como Skype, Zoom, Google Meet, entre outros.

Um estudo desenvolvido por Kaushik e Guleria (2020) concluiu ainda que as relações entre os indivíduos impactados pelo distanciamento social e a organização estão cada vez mais fragilizadas, gerando, portanto, consequências negativas em relação ao compromisso.

Um bom exemplo do que pode acontecer nas organizações, em momentos de incerteza económica foi o que aconteceu nos E.U.A. – a Great Resignation – uma demissão voluntária em massa de mais de 47 milhões de colaboradores em várias empresas, no ano 2021. A necessidade das organizações se preocuparem com a qualidade de vida do corpo funcional, é uma condição importante a ser analisada quando há interesse em obter níveis satisfatórios de compromisso organizacional.

A realidade é que o envolvimento dos colaboradores influencia a qualidade do desempenho individual na organização. Isto está em consonância com várias descobertas literárias que implicam que o desempenho individual é influenciado pelo envolvimento dos colaboradores de vários aspetos internos e externos. É graças ao envolvimento dos colaboradores que a produtividade e a satisfação do trabalho geradas pelos indivíduos na realização das organizações empresariais têm melhor qualidade. Isto porque os indivíduos sentem que podem trabalhar de forma consistente, são absorvidos no trabalho (absorção), e são mais competitivos física e psicologicamente.

Os colaboradores de hoje procuram, cada vez mais, um trabalho que seja significativo e com um propósito, conectado aos seus valores pessoais e à missão da organização. Também conhecido pela sigla EX, o Employee Experience ou a Experiência do Colaborador, diante de um novo normal assume agora uma importância acrescida no contributo para a saúde física e mental do colaborador. No centro da experiência está o trabalho em si e como ele é executado e proporcionar uma employee experience ao longo da carreira dos colaboradores, significa melhorar as condições de bem-estar e trabalho, aumentar o nível de satisfação no desempenho das tarefas diárias e gerar mais resultados positivos e criativos dos colaboradores junto das empresas para as quais trabalham.

Por exemplo, a flexibilidade melhora o desempenho do trabalhador, reduz o stress e aumenta a satisfação no trabalho – conferir a liberdade aos colaboradores para determinarem como, quando e onde realizam o seu trabalho é um indicador de experiência positiva; as oportunidades de crescimento e desenvolvimento são o que motivam muitos trabalhadores a aceitar e permanecer nos locais de trabalho – fornecendo ferramentas de aprendizagem e desenvolvimento, com uma forte cultura de feedback e/ou criar programas dedicados a mentoria e coaching;

No campo da Psicologia Positiva, o engagement constitui um dos cinco principais elementos de bem-estar psicológico e felicidade. Quando se fala em compromisso ou engagement, fala-se das responsabilidades que surgem ao longo da vida, o trabalho, as amizades, os relacionamentos amorosos, os filhos, entre outros. Quando esses compromissos não são uma carga, mas sim uma alegria, é desenvolvido um tipo de vida feliz e estável que conduz a um maior bem-estar. Aqui o engagement, como forte aliado, ajuda-nos a permanecer presentes, bem como a sintetizar as atividades onde encontramos a calma, o foco e a alegria.

Se, a isto, aliarmos estratégias de wellness e wellbeing, certamente teremos colaboradores mais comprometidos, produtivos e a acrescentar valor nas organizações. Implementar medidas para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, é também potenciar o seu desenvolvimento pessoal e profissional. O bem-estar assume uma condição essencial do novo normal.

Hoje, as organizações devem priorizar o planeamento da jornada de carreira do colaborador desde o seu recrutamento, garantindo maior felicidade e motivação para o trabalho. Dar oportunidades de desenvolvimento profissional, criar um plano de carreira, oferecer benefícios, ser flexível, entre outras ações, fará a diferença e garantirá um bom ambiente de trabalho. Afinal, entre outras vantagens, as empresas terão: maior produtividade, melhor employer branding, reputação corporativa, diminuição do absentismo, entre tantas outras vantagens.

Mas será que todos os compromissos correspondem a uma escolha feliz, por parte de quem os assume?

No campo do livre arbítrio e da responsabilidade todos temos um caminho de decisões, que não estão certas ou erradas, são apenas decisões que são tomadas. Direcionam o caminho, abrem portas até então fechadas e deixam um potencial enorme de descobrir o que vem a seguir e que ainda não vimos, mas que sabemos que existe. Termino com uma frase de Haruki Murakami de que gosto particularmente: “pensamos” que estamos a fazer uma escolha, mas, de facto, podemos não estar a escolher nada. Tudo pode já estar escolhido de antemão e nós “fingimos” que fazemos escolhas. O livre-arbítrio pode não passar de uma ilusão.

Mestre Susana André Alves, Docente do ISG para o Link to Leaders

ISG e Hotéis Cristal assinam protocolo de colaboração

ISG e Hotéis Cristal assinam protocolo de colaboração

O Instituto Superior de Gestão e o Grupo Hotéis Cristal assinaram um protocolo de colaboração que visa a convergência de sinergias entre as duas organizações.

Apostando na gestão do capital académico em estreita articulação com a gestão do capital humano do turismo, através das seis unidades hoteleiras, pertença do Grupo Hotéis Cristal, o ISG e as unidades hoteleiras em apreço dirigirão ações conjuntas em torno da investigação nas áreas da gestão, da hotelaria, do turismo e da comunicação.

A liderança ética: perceção e impacto comparativo em funções comerciais

A liderança ética: perceção e impacto comparativo em funções comerciais

Segundo o GLOBE (Global Leadership and Organizational Behavior Effectiveness, 2004, p.15), a liderança pode ser entendida como a aptidão de uma pessoa para influenciar, encorajar e qualificar outros a colaborarem para a eficácia e êxito das entidades de que pertencem.

Assim, pode ser vista como uma competência que faz parte da personalidade de alguém, sendo, por isso, natural e uma característica pessoal (um “dom”) ou pode até mesmo ser adquirida. Um verdadeiro líder orienta, alcança as metas de modo leve, justo e eficaz, sem afetar o lado psicológico dos que trabalham junto a ele. Os líderes têm um projeto de futuro visto como relevante e ambicionável, assim como a confiança para o concretizar, sendo um exemplo para os seus seguidores. É o meio que permite criar ligações humanas saudáveis e é o ponto de partida para se alcançarem as metas fixadas.

A ética, enquanto área da filosofia, tem como alvo de estudo os juízos que guiam a moral apresentando-se, assim, como uma reflexão filosófica a respeito da moral. Posto isto, a principal diferença existente entre estas mencionadas anteriormente é que a moral refere-se às condutas específicas de pessoas, bem como de grupos e, por sua vez, a ética tende para os princípios globais que dominam o bem coletivo e a relação entre as pessoas de forma geral (Menezes, s.d.).

Segundo a NP 4460 [norma portuguesa], a ética tem implicação direta na agilidade dos negócios e trata o sistema de valores que guia o comportamento organizacional e das pessoas que constituem qualquer tipo de organizações (seja com ou sem fins lucrativos), com a finalidade de praticar uma ação totalmente apropriada e consciente face às expectativas das suas partes interessadas.

Para Ferreira e Dias (2005), a palavra ética está ligada a princípios como educação, formação humana, estabilidade e uniformidade de ações das pessoas, performance e comportamento na entidade a nível de relacionamento.

A ética, na esfera empresarial, presume o conjunto de princípios morais e valores que orientam os processos de tomada de decisão, a partir dos direitos e deveres, admitidos do ponto de vista social, na escolha de certa conduta. Estes direitos e deveres aceites socialmente, tanto podem ser a nível pessoal como a nível geral. As organizações vistas como éticas, apresentam uma ação classificada como responsável a nível global e as políticas existentes confirmam-se em harmonia com a moral praticada, acabando por entregar assim, antecipadamente à ponderação/reflexão ética, cada atuação e estratégia ocorridas de modo a ficarem reconhecidas do ponto de vista social. (Brown, Treviño, & Harrison, 2005; Clegg, Kornberger & Rhodes, 2007).

Associado a estes conceitos, surge um outro: liderança ética. Ao longo do tempo, a liderança ética está a ganhar notoriedade e a despertar o interesse na comunidade científica, pois o efeito que os líderes podem vir a ter no comportamento dos seus colaboradores é seriamente significativo para um bom desempenho de qualquer entidade (Hoogh & Hartog, 2008).

De acordo com Brown e colegas (2005), este tipo de liderança consiste na manifestação de comportamentos regulamentados adequados por intermédio de ações pessoais e relações entre duas ou mais pessoas (relações interpessoais), assim como a divulgação dos mesmos por meio da comunicação bidirecional, da orientação dos trabalhadores (reforço) e do apoio na tomada de decisão, sendo estas (comunicação two-way, reforço e tomada de decisão) algumas das dimensões que, em conformidade com Brown e colaboradores (2005), fazem parte da liderança ética.

Por outro lado, De Hoogh e Den Hartog (2008) substituíram as três dimensões de Brown, Treviño e Harrison (2005) por partilha de poder, moralidade e justiça e, por fim, clarificação do papel dos subordinados. Estamos na presença de partilha de poder, sempre que os subordinados conseguem intervir na tomada de decisão, assim como fazer recomendações. Por sua vez, é essencial os líderes terem uma conduta justa e moral neste tipo de liderança. Os líderes devem também clarificar o que é esperado por cada membro e as responsabilidades, bem como os limites de autoridade, existindo então uma clarificação do papel dos subordinados.

A liderança ética é um grupo de comportamentos praticados por um líder, com a finalidade de incentivar, ou não, a instalação de um meio envolvente de trabalho ético (Arel, Beaudoin, & Cianci, 2012).

Neves e colaboradores (2016), afirmam que os princípios éticos precisam de se encontrar nas instituições e nos níveis hierárquicos. Desta forma, o líder tem a obrigação de adaptar os seus comportamentos aos códigos morais para fomentar a justiça organizacional e intervir na conduta ética dos seus funcionários.

O sucesso/insucesso de uma empresa está diretamente relacionado com o desempenho do líder. O presente estudo tem como objetivos analisar a importância da Liderança Ética nas organizações e realizar uma comparação entre duas funções comerciais, sendo essas Customer Engagement Manager e Técnico Comercial.

Assim, o principal objetivo deste estudo foi compreender o efeito que a Liderança Ética tem nos seus liderados, de acordo com a sua função em cada uma das áreas de trabalho que, por sua vez, são a indústria farmacêutica e a construção civil e obras públicas, serviços. A amostra foi constituída por 90 participantes (46 do género feminino e 44 do género masculino), com idades compreendidas entre os 30 ou menos e os 61 ou mais anos.

O método utilizado foi quantitativo, uma vez que os dados foram recolhidos através de um questionário adaptado à escala desenvolvida por Neves (2016) et al.

Como resultados conclui-se que quem adota esta liderança gera um melhor desempenho na função comercial e participação dos liderados. Os modelos que se revelaram mais significativos foram a moralidade e justiça, esclarecimento do papel e a partilha de poder. Nestes três modelos referidos, o género masculino foi o predominante. Várias limitações foram encontradas, sendo a mais significante a baixa quantidade de participantes no estudo. Existe a necessidade de continuar com o estudo e também de efetuar o mesmo em cenários diferentes utilizando este instrumento para, desta forma, consolidar e substanciar os resultados obtidos.

Professora Doutora Lurdes Neves, Presidente do Conselho Geral do ISG Investigadora e Docente, Professora Doutora Ana Amaro, Investigadora e Docente do ISG e Raquel Almeida, Aluna Finalista da Licenciatura em Gestão do ISG para o Link to Leaders

Visita Técnica ao Museu do Dinheiro e Lisbon Story Center

Visita Técnica ao Museu do Dinheiro e Lisbon Story Center

Os estudantes de 1º ano da Licenciatura em Gestão do Turismo do ISG realizaram, no dia 4 de novembro, uma Visita Técnica ao Museu do Dinheiro e ao Lisbon Story Center.

A visita realizada no âmbito da Unidade Curricular de Fundamentos de Turismo, lecionada pela Professora Doutora Mariana Marques, os alunos e alunas tiveram a oportunidade de contactar com a origem do dinheiro e conhecer melhor um conjunto de momentos históricos de Portugal.

ISG e AGEPOR celebram um protocolo de colaboração

ISG e AGEPOR celebram um protocolo de colaboração

O Instituto Superior de Gestão e a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal celebraram um protocolo de colaboração face aos objetivos das duas instituições.

A AGEPOR é a Associação que representa os Agentes de Navegação perante os armadores e transportadores marítimos e as entidades portuguesas relacionadas com o transporte marítimo, o comércio internacional e os portos nacionais.

No âmbito do oferta formativa de pós-graduações do Instituto Superior de Gestão é privilegiado o contacto direto com as associações profissionais, enquanto representantes do setor económico, da gestão e das infraestruturas nacionais.

Ano Europeu da Juventude

Ano Europeu da Juventude

A União Europeia proclamou o ano de 2022 como “Ano Europeu da Juventude”.

Esta atribuição procura contribuir para promover oportunidades para os jovens, sobretudo para os mais desfavorecidos e apoiar o seu desenvolvimento pessoal, social e profissional num mundo ecológico, digital e inclusivo.

Para isso, foram criados três prémios dirigidos aos jovens de reconhecimento do seu talento, através de um trabalho criativo, de investigação ou de um projeto realizado por uma associação:

– Prémio Criarte;
– Premio Investigação sobre a Juventude;
– Prémio Europa para ti;

As candidaturas decorrem até ao dia 30 de novembro de 2022.

Para mais informações sobre as possibilidades e os regulamentos deverão consultar o site do Ano Europeu da Juventude.

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