Select Page
Porquê o turismo?

Porquê o turismo?

Quando pensamos no que vamos seguir profissionalmente, devemos refletir sobre as disciplinas e áreas que vamos estudar no curso escolhido e, por consequência, nas funções e emprego que desejamos ter no futuro.

Imaginem que ponderaríamos optar, por exemplo, por um curso de Fisioterapia. Sabemos à partida que teremos disciplinas como Bioquímica, Fisioterapia, Exercício, entre outras e que após o fim do curso poderemos trabalhar em unidades hospitalares públicas e privadas, clínicas e centros de reabilitação…

Se pensássemos num curso de Engenharia Civil, íamos ter como disciplinas, entre outras, Desenho Geral, Álgebra, Hidráulica, Cartografia e Topografia e que no fim da licenciatura poderemos trabalhar em empresas de construção civil, na administração pública central e local, em gabinetes de projetos/fiscalização de obras…

Optando por uma atividade económica fundamental para a geração de riqueza e emprego em Portugal, o curso de Gestão do Turismo, seria uma possibilidade. Nesta formação sabemos que teremos disciplinas como Património Cultural e Natural, Planeamento e Organização de Eventos Turísticos, Gestão de Agências de Viagens e Operadores Turísticos, Empresas de Alojamento Local e Gestão de Plataformas, Restauração, Gastronomia e Enologia, Gestão Hoteleira, entre outras. Com a licenciatura em Gestão do Turismo poderemos trabalhar num hotel, numa transportadora aérea, num resort ou criar e gerir uma empresa de animação turística, uma empresa de organização de eventos de aventura, de desporto ou de congressos. Para além destas áreas, um profissional de turismo pode trabalhar num cruzeiro, ser gestor de empresas e alojamentos turísticos, dirigir e gerir um hotel, uma empresa turística ou uma agência de viagens, entre outras funções…

Se na maior parte das licenciaturas a atividade profissional está muito mais restrita e condicionada à área de formação, num curso de Gestão de Turismo os licenciados possuem um extenso leque de profissões em Portugal e no estrangeiro.

Para além da multiplicidade e diversidade de atividades, um profissional da área do turismo pode conviver com turistas oriundos das mais diversas latitudes e longitudes, conhecer, vivenciar e proporcionar serviços e experiências turísticas inesquecíveis e contribuir com o seu trabalho para a qualidade e a excelência do prestigiante turismo português.

Tinham noção da dimensão e diversidade que um profissional de turismo pode vivenciar?

Ainda têm dúvidas ou já decidiram?

Venham, que o turismo está à vossa espera!

Professor Doutor João Caldeira Heitor, Secretário Geral do ISG, Coordenador da Licenciatura em Gestão do Turismo, para a Mais Educativa

Tem a certeza de que a sua empresa é orientada para o ambiente?

Tem a certeza de que a sua empresa é orientada para o ambiente?

Num momento em que reforçamos a preocupação em torno da alimentação, da forma como nos deslocamos, como as nossas casas são construídas e os respetivos impactos ambientais que os nossos comportamentos geram, constatamos que a consciência do ser humano está cada vez mais alerta para o papel da sustentabilidade e como esta desempenha um papel fundamental no futuro da “nossa casa mãe – a TERRA”.

As empresas, por seu lado, têm a consciência que a sociedade procura organizações que evidenciam a sua preocupação com as questões ambientais, que promovem o seu desempenho ambiental, através da balança do equilíbrio económico e ambiental, assumindo um compromisso com o futuro da” nossa casa mãe – a TERRA”.

Neste binómio, mundo empresarial e sociedade, as organizações têm de ser capazes de promover uma economia mais eficiente e mais responsável em termos de otimização de recursos. Já a sociedade deve ser capaz de selecionar este tipo de organizações, os seus produtos e serviços.

Tomando como exemplo o setor têxtil e do vestuário, que corresponde a 18% de todo o emprego em Portugal nas indústrias transformadoras, entre as várias consequências do movimento de aceleração e globalização de produção têxtil (fast fashion) encontram-se os problemas ambientais provocados pelos resíduos têxteis.
Segundo dados da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, em 2017 foram recolhidos cerca de 200 mil toneladas de resíduos têxteis em contentores de resíduos urbanos. Entretanto, esse número representa somente cerca de 4% do total de resíduos produzidos em Portugal (perto de 4.75 milhões de toneladas).

De acordo com a nova Diretiva (UE) 2018/851, de 30 de maio de 2018, que estabeleceu prazos obrigatórios para a recolha seletiva de resíduos têxteis e que será implementada já a partir de 1 de janeiro de 2025, prevê a criação de sistemas de recolha seletiva de têxteis pelos sistemas de gestão de resíduos urbanos, ou pelos municípios que os integram. Atualmente já há empresas que reaproveitam resíduos têxteis, recolhendo-os de forma a que estes retomem ao ciclo de produção-consumo, promovendo deste modo a economia circular, cumprindo assim a meta estabelecida para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável – ODS 12.5 – Consumo e Produções Responsáveis que refere, até 2030, o objetivo de reduzir substancialmente a produção de resíduos através da prevenção, redução, reciclagem e reutilização (Fonte: INE).

No caso do setor da hotelaria e restauração, a diretiva referida anteriormente inclui objetivos específicos e quantificáveis para a produção de resíduos, com especial enfâse na redução das embalagens, promovendo a utilização de fontes de água potável e de embalagens reutilizáveis.

Outro setor de grande relevância no nosso contexto é o setor da construção, mais concretamente nos produtos que permitem reduzir o consumo de água, com soluções que permitem aos cidadãos efetuarem escolhas mais sustentáveis. Na compra, de chuveiros e sistemas de duche, a rotulagem hídrica, com torneiras termostáticas (temperatura estável) e “eco-stop” (com temporizador para corte de caudal), sabemos que estamos a dar um importante passo para o ambiente e para a nossa própria economia.

Pelo exposto, constatamos que as empresas e as organizações estão em constante crescimento, desenvolvendo uma economia baseada no conhecimento e na inovação, promovendo o incremento progressivo do desempenho ambiental.

Regressando à questão inicialmente colocada, a resposta é simples… as empresas que têm a sua gestão ambiental assente no sistema integrado de gestão, e cujo objetivo se encontra centrado na melhoria contínua, são as que estão a contribuir para a redução da pegada de carbono, dos resíduos enviados para aterro, dos consumos de água e de produtos químicos, a incorporar materiais reciclados nos seus produtos, a redefinir a valorização de materiais. Já dizia Lavoisier “na Natureza, nada se perde, nada de ganha, tudo se transforma”.

Conscientes destas e de outras questões que se colocam à sociedade, em parceria com a SGS Academy, o Instituto Superior de Gestão lançou a Pós-Graduação em Sistemas Integrados de Gestão, Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde no Trabalho, que permite ao aluno adquirir competências para a implementação dos referenciais, aplicar as competências na sua empresa e torná-la mais sustentável a todos os níveis, promovendo a qualificação de profissionais de excelência, associando as competências técnico-científicas com as experiências profissionais de cada uma das entidades.

Dra. Ana Maia, Diretora de Qualidade do ISG e Coordenadora da Pós-Graduação em Sistemas Integrados de Gestão: Qualidade, Ambiente e Segurança, para a Link to Leaders

Consequências da (des)motivação no setor público

Consequências da (des)motivação no setor público

motivação tem vindo a ganhar uma importância crescente em contexto laboral, porque, além de influenciar o desempenho dos colaboradores, contribui para aumentar a vantagem competitiva da organização. No entanto, verifica-se que motivar as pessoas não é uma tarefa fácil, motivo pelo qual é necessário desenvolver políticas que promovam o bem-estar dos colaboradores e os estimulem a contribuir para alcançar as metas organizacionais, e a Administração Pública não é exceção (Lin et al., 2020).

Segundo Costello et al. (2020), a motivação para o serviço público assenta em três motivos principais: (i) o instrumental, que ocorre quando os colaboradores participam na formulação de políticas que internalizam os valores da sociedade (e.g., responsabilidade social, democracia, equidade e justiça) como sendo os seus próprios valores; (ii) o normativo, que se baseia na vontade de corresponder ao interesse público por patriotismo, dever e/ou lealdade; (iii) e o afetivo, que se fundamenta nas emoções e no desejo de ajudar os outros.

Deste modo, é importante atrair e recrutar colaboradores que se sintam motivados para o serviço público, uma vez que o ajustamento da pessoa à organização constitui um fator fundamental para a satisfação com o trabalho e para a obtenção de elevados níveis de desempenho (Jin et al., 2018). Bright (2021) acrescenta que os trabalhadores que manifestam elevados níveis de motivação para o serviço público têm tendência para demonstrar comportamentos pró-sociais, mas quando sentem que o seu trabalho não é valorizado ou que através do mesmo não conseguem servir a sociedade da forma como desejariam sentem-se desmotivados e o seu empenho começa a diminuir.

Neste âmbito, Hameduddin e Engbers (2021) chamam a atenção para a necessidade de se desenvolverem estratégias que motivem os recursos humanos, seja através de feedback positivo e/ou do reconhecimento pelo trabalho realizado junto da comunidade, porque apelar apenas ao compromisso com a causa pública não é suficiente para manter os colaboradores motivados.

Atualmente, Portugal conta com um total de 718.940 funcionários públicos, o que corresponde a menos de 15.0% da força de trabalho total, um dos valores mais baixos dos países da OCDE (República Portuguesa, 2021). Apesar do serviço público ser bastante atrativo para muitos indivíduos, devido à estabilidade que proporciona, a taxa de rotatividade tem vindo a crescer consideravelmente, o que gera custos tangíveis e intangíveis que prejudicam a eficácia e a imagem da organização. Neste contexto, Brander-Peetz et al. (2021) defende que a retenção de pessoas constitui um dos principais desafios de qualquer instituição, seja do setor público ou do setor privado, porque quando um colaborador deixa a organização leva consigo os investimentos realizados pela mesma em termos de formação e conhecimentos adquiridos ao longo dos anos.

O turnover é sempre um fator preocupante, independentemente do setor a que as organizações pertencem, porque indica que os colaboradores se encontram insatisfeitos com as suas condições de trabalho. Esta situação é particularmente preocupante no setor da saúde, onde o número de demissões, nos últimos anos, incluiu mais de 6.000 médicos, o que representa aproximadamente 4.0% da força de trabalho existente (Ministério da Saúde, 2018). A falta destes profissionais afeta significativamente o desempenho do sistema de saúde, uma vez que os pacientes necessitam de esperar muito mais tempo para receber serviços adequados (Li et al., 2019).

A saída da Administração Pública deve-se principalmente à falta de políticas de retenção de talentos, o que leva os trabalhadores a procurar locais onde possam desenvolver a sua carreira profissional, nomeadamente no setor privado ou no estrangeiro. Para fazer face a esta situação, gradualmente tem vindo a ser introduzido um novo modelo de gestão (New Public Management), que se foca no desenvolvimento contínuo dos colaboradores, de forma a colocar as pessoas certas nos lugares certos. Não obstante, os órgãos da Administração Pública continuam a ser regulados por uma estrutura burocrática, impessoal e tecnicista, e como qualquer organização depende do seu potencial humano para ser bem-sucedida, é fundamental chamar a atenção para esta realidade, caso contrário perdem-se os profissionais mais qualificados (Khan & Abdullah, 2019).

Professora Doutora Rosa Rodrigues, Docente e Investigadora do ISG e Hélder Santos, Mestre em Gestão do Potencial Humano para a RH Magazine

Sustentabilidade e qualidade no turismo

Sustentabilidade e qualidade no turismo

Com o exponencial crescimento da actividade turística nas últimas décadas, que causa efeitos nefastos nos destinos, com particular incidência no património erigido e natural, a Organização Mundial do Turismo e os governos têm-se debruçado sobre a problemática da sustentabilidade do turismo versus sustentabilidade ambiental.

No seguimento do plano de retoma Reactivar o Turismo | Construir o Futuro, e alinhado com os objectivos da Estratégia Turismo 2027, o governo português apresentou (e bem) o Plano Turismo +Sustentável 20-23, com o propósito de “intensificar o objectivo da sustentabilidade na actividade turística; a reeducação para uma restauração circular e sustentável; o desenvolvimento de práticas para uma economia circular; a neutralidade carbónica nos empreendimentos turísticos; a construção sustentável em empreendimentos turísticos; a eficiência hídrica nos campos de golfe em Portugal; e a redução do plástico na hotelaria”.

Reconhecemos a pertinência dos objectivos e “a importância de Portugal reforçar o seu posicionamento e competitividade enquanto destino turístico sustentável e seguro, a par das novas directrizes e orientações nacionais e comunitárias, no âmbito da economia circular e da sustentabilidade ambiental”.

Os eixos estratégicos definidos em torno da estruturação de uma oferta turística sustentável, a qualificação dos agentes do sector, a promoção de Portugal como um destino sustentável e a monitorização do desempenho do sector para a sustentabilidade estão alinhados com o plano.

Presentemente, encontramo-nos em plena recuperação da actividade turística após os picos da pandemia de covid-19, com a maioria das empresas do sector a procurarem lucros que minimizem as perdas dos últimos dois anos. Já os turistas (na sua maioria) ávidos de experiências turísticas procuram reconquistar o tempo perdido e “consumir vivências”.

Nesse sentido, presentemente, a questão da sustentabilidade ambiental/turística não se apresenta como uma prioridade tanto para o lado da oferta como para o lado da procura. Talvez daqui a um ano, com as empresas capitalizadas, esta temática regresse à linha da frente.

Nesta retoma, além da componente económica e da oferta turística, a questão da qualidade volta a assumir-se como um elemento diferenciador. A qualidade dos serviços e dos produtos turísticos e o respeito da capacidade de carga dos destinos continuam a ser pilares basilares para o reconhecimento do valor do turismo nacional.

Não é através de um decreto ou de um plano de acção que promovemos a qualidade. Ela deve estar presente nos princípios e nos objectivos das empresas turísticas mas, concomitantemente, nos serviços aeroportuários, nas empresas de transporte, na restauração, nos espaços museológicos…

A qualidade não deve ser o objectivo, mas sim a prática. O elemento distintivo e diferenciador que permitirá ao nosso país consolidar o mercado e tornar-se um destino com chancela qualitativa. Proporcionando experiências e vivências de qualidade (nos serviços e nas estruturas), facilmente alcançaremos os objectivos inerentes à sustentabilidade da actividade turística, com capacidade de acção, compreensão, exigência e objectividade.

Professor Doutor João Caldeira Heitor, Secretário Geral do ISG, Coordenador da Licenciatura em Gestão do Turismo, para o NOVO Semanário

A sua empresa é um cavalo ou um unicórnio?

A sua empresa é um cavalo ou um unicórnio?

Um unicórnio também conhecido por licórnio ou licorne é uma criatura mitológica, cujo nome vem do latim e significa literalmente “um único chifre“ em espiral no centro da cabeça. Além desta caraterística, é representado como um cavalo branco, com cor intensa e rabo de leão.

Todas as lendas o tomam como mágico, que pode voar e desaparecer graças ao poder que se concentra no chifre. Valentia, força, bondade, pureza e inocência são as caraterísticas mais associadas ao unicórnio.

O caráter único e raro do unicórnio fez com que a expressão e o conceito se transferissem para o mundo empresarial.

Foi a fundadora da Cowboy Ventures, Aileen Lee em 2013 que utilizou pela primeira vez o termo “unicórnio” no artigo “Welcome to the unicorn club: learning from billion-dollar startups”. De acordo com Lee, empresas unicórnio são empresas tecnológicas que atingiam o valor de 1 bilhão de dólares (mil milhões de euros) sem estarem cotadas na Bolsa e cujos negócios têm o foco normalmente no consumidor e não em serviços ou produtos para empresas.

Tal como na mitologia, também no contexto empresarial a raridade dessas empresas em negócios emergentes no mercado faz delas sobreviventes em negócios emergentes no mercado.

As características normalmente atribuídas às startup unicórnio são:

▪Inovação, revolucionar o modelo de negócio arriscando novas oportunidades de negócio. Como afirma metaforicamente Ana Pimentel, no livro Unicórnios Portugueses, “Um unicórnio é um cocktail de dinheiro, inovação, métricas, potencial e risco. A servir de base a este copo, está uma promessa: a de mudar um mercado, um hábito de consumo ou comportamental, a forma como se presta um serviço e, no limite, o mundo”.

▪Posição de vantagem por via do pioneirismo e da inovação em produtos e serviços disruptivos.

Investimento em tecnologia, o ecossistema de inovação de startups abrange os setores das fintechs e martechs, as quais representam uma significativa parte do capital de risco destinado a estas startups.

▪Foco no cliente através de criação de produtos, ferramentas e funcionalidades que vão ao encontro das suas necessidades. Trata-se de canalizar a dor do cliente e desenvolver um meio de resolvê-la da melhor forma possível.

▪Diversidade, na medida em que uma das forças para gerar ideias disruptivas, criativas e inclusivas é contar com diferentes perfis de profissionais, promovendo ambientes multiculturais e multidisciplinares.

As startups que buscam inovação devem estar numa posição de vantagem em relação às suas concorrentes antecipando tendências, ser pioneira no ramo e atuar sempre inovando e aprimorando o produto com vista à criação e à proposta de valor para o cliente.

Não estando cotadas em bolsa, as empresas unicórnios recorrem a rondas de financiamento a investidores privados que acreditem no potencial da empresa.

Cada ronda de investimento além de arrecadar financiamentos cada vez maiores com a contrapartida de uma participação percentual no capital da empresa vai sendo sucessivamente mais exigente não só em termos do capital arrecadado mas também pelo potencial medido pela escala global em que insere. O capital de risco é o grande financiador destas empresas dado que o seu grande potencial de mercado a longo prazo implica também maior risco.

No inicio de vida todas as empresas são idênticas, prevalece a energia, a ambição e as ideias, mas á medida que o tempo passa instala-se a burocracia e as ideias deixam de ser uma prioridade, prevalece uma visão interna em detrimento de uma visão para o exterior, para o cliente, para a inovação numa ótica de escala global, afastando deste modo o interesse de financiadores e do capital de risco cujo interesse é avaliado com base no seu potencial e nas suas oportunidades de conquistar mercado.

Tal como os unicórnios, animais raros, também as “empresas unicórnio” são raras na medida em que apesar das ideias disruptivas que possam apresentar, têm sucesso quase por magia.

Cabe ao empreendedor escolher o seu caminho, ser mais uma empresa ou fazer a diferença, ser um cavalo “cansado ou um “unicórnio” aumentando visibilidade e o número de investidores para o país.

Professor Doutor António Rodrigues, Coordenador da Pós-Graduação em Gestão Financeira para a Executive DIGEST

Os desafios do Metaverso

Os desafios do Metaverso

A recente reunião do Fórum Económico Mundial realizado em Davos, no passado dia 25, contou com a presença de grandes companhias multinacionais e abordou a construção de um metaverso “economicamente viável, seguro e inclusivo”. O acordo entre 60 empresas para a construção do metaverso mostra a importância do tema.

A iniciativa concentrou-se em duas áreas: a governança do metaverso – segurança e inclusão – e a criação de valor com a identificação dos incentivos e riscos que as empresas, os indivíduos e a sociedade encontrarão nesta nova realidade.

O metaverso, não sendo uma novidade – por exemplo, na interactividade em plataformas digitais, NFTs, gamificação, criptomoedas, inteligência artificial e neurociência – o que se perspectiva é a existência de vários metaversos com a vantagem tecnológica da personalização. Este cenário proporcionará mais valor nas relações que as empresas constroem com os seus clientes.

O Fórum Economico Mundial, na sua página, refere como objectivo “promover a colaboração entre vários stakeholders para construir o metaverso de maneira integrada e aberta e ajudá-lo a cumprir a sua promessa, transformando as experiências do consumidor e os modelos de negócios em todos os sectores”. Desta forma, os impactos do metaverso exigem atenção em relação à credibilidade das marcas, as questões ligadas à diversidade, à inclusão, ao meio ambiente e, sobretudo, à governança.

Em jeito de reflexão, o consumo de bens e serviços seja por via de novos produtos e serviços ou novas experiências são intensificados, exigindo das empresas novas formas de transparência e de relação com os clientes.

A fidelização às marcas através de novos vínculos afectivos, porque provavelmente o perfil dos clientes não será o mesmo que o dos clientes do mundo real, requer clareza nas mensagens, preservação do diferencial competitivo, criação e o fortalecimento de vínculos e atenção às questões de autenticidade.

As estratégias das relações das empresas com os seus stakeholders terão de ser repensadas face a uma nova realidade de posicionamento no mercado, discutindo ao nível da ética os desafios ao nível da privacidade e confidencialidade de dados, as relações contratuais, os temas ligados ao complianceàs boas práticas de concorrência, de contratação de colaboradores, de conduta profissional ética, de promoção de produtos e de cyber security.

O metaverso pretende deslumbrar-nos com um conjunto de ambientes virtuais interligados, operando como um universo paralelo à vida real. Como afirmou Aldous Huxley  a propósito da sua obra “Admirável Mundo Novo”, “o  preço da liberdade, e até da simples humanidade, é a vigilância eterna”.

Professor Doutor António Rodrigues, Coordenador da Pós-Graduação em Gestão Financeira para a Marketeer

×

Bem-vindo(a)!

Contacte-nos pelo WhatsApp

× 969844241